quinta-feira, 5 de junho de 2014

Midia NINJA

Midia NINJA

No mesmo dia em que é aprovado o Plano Nacional de Educação, apesar de
os 10% do PIB não serem somente destinados para a garantia de um padrão
mínimo de qualidade na educação publica em cada localidade do país
(CAQi), por conta de parte desse recurso ser destinado ao Fies e Prouni,
professores de Rio de Janeiro, São Luis, Juiz de Fora, Vitória,
Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte seguem a mobilização na luta por um
dos direitos fundamentais de qualquer sociedade desenvolvida.

Os professores mostram que estão formando toda uma
geração com exemplos de cidadania e luta por direitos socais e assim
educam seus alunos na prática, com aulas de como levantar a voz para
garantir seu espaço sem desrespeitar o outro, estando abertos ao dialogo
e tornando-se atores políticos contundentes. A chamada diária das salas
de aula agora se dá nas ruas, onde todos, alunos, pais e mestres estão
presentes. São milhares de escolas em greve em todo país. Educadores
municipais, estaduais e federais vem se organizando em diferentes
levantes, sempre com uma premissa básica: o reconhecimento da profissão
como base indissociável da formação de uma sociedade e valorização dos
profissionais envolvidos nesse processo.
No
interior de Alagoas técnicos e professores da IFAL estão há 46 dias em
greve, no estado do Rio de Janeiro desde o dia 12 de maio parados, em
Goiânia a paralisação completa 1 semana no dia do amistoso da Copa do
Mundo, em São Luis a movimentação dos docentes foi considerada ilegal,
mas em São Paulo os municipais conseguiram fechar acordo coletivo que
atendesse a categoria. Em Minas Gerais a Superintendência de Ensino do
estado está ocupada desde segunda-feira e em Vila Velha o protesto parou
o trânsito na terceira ponte. Dezenas de outras cidades encampam atos e
mobilizações para chamar a atenção da sociedade e do poder público para
a pauta.
A precariedade das escolas e o
desmantelamento de um sistema educacional comprometido com a sociedade
fazem com que a categoria seja uma das mais ativas na história sindical
brasileira. A última grande mobilização que atingiu todo país foi
durante a greve dos 100 dias, quando o número de municípios atendidos
por universidades ou institutos federais pulou de 114, em 2003, para
237, em 2011. Na época, o súbito crescimento do setor deixou várias
universidades com infraestrutura pífias e os professores não aceitaram
entrar na sala de aula por mais de 3 meses. O que ainda ocorre nas
esferas municipais e estaduais.
Hoje, por mais
que o setor tenha galgado os 75% do fundo social do pré sal e exista uma
política em debate constante dentro do congresso para que a formação de
jovens, crianças e adultos seja prioridade, muitos municípios e estados
continuam vivendo a dura realidade dentro das salas de aula. Um dos
motivos é que os recursos federais previstos para investimento em
educação são mal distribuídos. Para se ter uma ideia, quanto menor a
esfera do ente, menor é o valor repassado a seu ensino, ainda que com
iguais ou até maiores responsabilidades na gestão da educação local, o
quadro negro segue em branco, mesmo quando esse quadro não passa de uma
parede.

Nenhum comentário: