terça-feira, 28 de abril de 2009

MAYDAY-2009*: "NÃO PAGAREMOS PELA CRISE DELES!"

MAYDAY-2009*: "NÃO PAGAREMOS PELA CRISE DELES!"
Convocação de primavera


A norma é precarização, trabalho temporário, baixos salários, desemprego.
Arame farpado, uniformes e soldados, que protegem a Europa-fortaleza, excluindo e perseguindo milhares de homens, mulheres e crianças.

Polícias e exércitos estão nas ruas, com suas câmeras e helicópteros.

O controle está por toda parte, leis antiterrorismo são usadas para legitimar a repressão.

A mídia mantém tampado o caldeirão que já começa a ferver e explodir por todos os lados.
Ao mesmo tempo, a mídia faz o que pode para nos convencer a não parar de consumir.
A serpente já está comendo o próprio rabo.

Nossos irmãos e irmãs do sul estão pagando a conta; e nós também pagamos. As espécies de animais que vão sendo extintas indicam o futuro que espera as novas gerações. E, ao mesmo tempo, os bancos jogam pela janela os nossos bilhões...

Vivemos grandes tempos! A crise, a crise, a crise, ouve-se o mesmo refrão por todo o planeta.Que crise?

Os economistas anunciam o fim do neoliberalismo. Depois de anos de NHVA – Não Há Via Alternativa –, agradecemos aos bancos por terem exposto a grande revelação: o dinheiro NÃO É o problema. Tudo é possível. Ou nos escondemos, ou lutamos.

Um novo contrato social, alienação cada vez maior, cada vez mais exploração, cada vez mais precariedade em todos os campos da vida.

Administrar a precariedade não é um desastre.
Viver em precariedade é viver em permanente crise.
A crise DELES só é novidade para ELES.

A crise é uma grande onda: ou você sabe surfar, ou você corre o risco de afogar-se.
Em resumo: nossas lutas acontecem na vida de todos os dias.
Nossas brechas atravessam fronteiras nacionais, contratos sociais e barreiras de gênero.

Nossas batalhas são visíveis. As demandas sociais são evidentes. Ou não?

Falamos à Europa e anunciamos ao mundo: queremos surfar e é nossa vez de surfar a onda.

De 30 de abril a 1º de maio, retomaremos o poder, voltaremos a ter toda nossa criatividade, em nosso ritmo rápido. Nós e todos que queiram vir conosco.

Os bancos estão em toda parte, dominando a vida, mesmo que sejam mortos, não-vivos. O mercado de ações já demonstrou que a queda de uma única carta pode derrubar todo o castelo.

* Para saber mais sobre o movimento MAYDAY-2009, ver: http://www.immigrantsolidarity.org/MayDay2009/
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tá rinDo dE Que?


"Mesmo no inferno há ar para respirar"
Bem, eu era criança quando os generais comandavam o país. Se agora com doutorado eu não sei nada, imagine quando eu era criança?!

Pois bem, meus colegas filhos de operários sabiam muito bem. Eles odiavam a ditadura, eu também. Crescer com uma promessa de futuro distante é angustiante, tão distante que ainda não chegou (não por obra deles), e o presente?

No presente (daquele tempo) eram camburões circulando, quem eles vigiavam? nós. era só pra ver se a gente se comportava direitinho, senão. Senão colocavam a gente naquele cartaz dos procurados que de vez em quanto aparecia pregado nos postes.

Quanta gente que foi embora. Não eles não foram fazer turismo, nem migraram por melhores ofertas de emprego, eles foram embora, eles foram mandados para fora. Porque se o Brasil não fosse amado do jeito que os generais achavam que tinha que ser amado (de cabeça baixa, obediente, calado, trabalhando para o país ir pra frente mas sem reclamar) tinha que deixar o país...

Não quero mais analisar, quero ser feliz, Como disse Adorno em Minima Moralia, ele se referia a Auschwitz, "mesmo no inferno há para para respirar".

As botas dos generais não podem corroer toda a experiência da felicidade da infância ou juventude, não pode calar a criatividade dos que faziam, criavam. As coisas eram feitas apesar da ditadura, não por causa dela. E eles eram cultos, liam a melhor literatura, tocavam piano, iam a concertos, Claro, evidentemente os que não eram torturadores, pois estes eu não sei aonde se divertiam,

Não quero nem preciso rever meus conceitos sobre a ditadura, ela foi dura. As consequências não são brandas. Primeiro a evasão de cérebros de várias maneiras, talentos e inteligências desviados para pensar como reverter aquela situação na ação clandestina, outros por terem sido mandados para fora do país, por perderem seus empregos em órgãos fundamentais, sobretudo em universidades, jornais,. Vários projetos gestados na educação mesmo, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, UNE, projetos coletivos gestados lentamente, todos jogados na lata de lixo da história. Ainda bem que há quem goste de arquivos e faz história com dados qualitativos.

Por que quantidade, fazer formação como se fosse linha de montagem, desde que não pense muito, reproduza simplesmente. Não engenhe, não arquitete, não psicologize, não cuide... apenas leia o livro, e repita,,, claro que nossos professores não faziam assim, tentavam nos fazer ver a cidade, as pessoas e não crer cegamente.´Por isso, mesmo com esta cara de avô legal, não dava pra crer nos generais. O desejo era por um mundo melhor e neste mundo haveria liberdade de imprensa, de movimento sociais, de se reunir livremente, de posição política, de criar e de pensar. Neste mundo haveria pesquisa, verbas para pesquisa, e não reprodução de modelos para trabalhar em multinacionais que evadem, corroem riquezas naturais e históricas, poluem o ambiente e levam embora os lucros.

Há outros prejuízos num momento em que precisaram de apoio, por que perderam o apoio inicial dos conservadores. Pois estes não tiveram estomago para as atrocidades que os generais estavam cometendo, Eles tiveram que comprar alguns apoios, se aliaram com velhas raposas, então um determinado quadro de corruptos e de torneirinhas, ductos, lobbys se formou e nunca mais acabou. Eles moram em apartamentos funcionais nas melhores superquadras ou no lago sul com ponte área pra qualquer lugar. A corrupção não começou ai, mas ai ela configurou quadros que ainda sugam este país: empresas, empreiteiras, familias donas de estados, assim por diante.

Não não e não a ditadura não foi branda e as consequências ainda estão por ai.

Ditadura é ditadura, o fato de alguns eleitos perseguirem pessoas como dizem que o Chaves faz, não abranda a ditadura, o fato de na Argentina e no Chile terem sido mais cruéis do que aqui não abranda a ditadura. Crueldade, perseguição, restrição de liberdade não se compara.

Hoje há liberdade de imprensa, que Deus mantenha!!! Alguns órgãos da imprensa é que precisam rever seus conceitos, estudar análise de discurso e ler "A arte de ter razão", pois eles não tem razão não.


Um exemplo corriqueiro, uma capa de revista sobre o jogador Robinho de certa revista de circulação nacional. Há uma análise da revista Cult que mostra como há manipulação da imagem e do texto que o infantiliza, julga, condena, cito pois concordo com a análise citada. E me incomodam profundamente, os artigos que abordam os assuntos e se refrem as pessoas com humor que achincalha, como se todos amassem o casseta e planeta, como se tudo pudesse ser tratado com este tipo de humor... Muitos destes órgãos tratam as pessoas abordadas em seus artigos ridicularizando-as, desrespeitando-as. A estratégia é de antemão reduzir, desqualificar o adversário, o antagonista, o julgado. No fim é o que se torna o referido ou referente mais que um objeto da notícia um "outro" (do outro lado). O alívio é que ninguém "lê tanta notícia"...

Mas chega de falar disso, como diz Deleuze é melhor ser um varredor do que um juiz,,,