quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Bibliografias das oficinas realizadas na Casa Rui Barbosa agosto 2014

Oficina para amanhã, dia 21, quinta-feira, às 18 horas, na Casa Rui, com o tema "A Multidão em Formação – Commonwealth”, oferecida pelo Pedro Mendes.
Apesar da convocação em cima da hora, os textos de referência são:
1) Johnson, Steven. Emergence. The connected lives of aints, brains, cities and softwares.
2) Cocco, Giuseppe. Korpobraz.

3) Hardt, Michael & Negri, Antonio. Commonwealth. Part 6 - Revolution.
Viveiros de Castro. Filiação Intensiva e Aliança Demoníaca.

 
No dia 27 de agosto, quarta-feira, às 18 horas, teremos o Bruno Cava continuando a leitura do Anti-Édipo, desta vez a Parte 2, “Máquinas Desejantes, Máquinas Leninistas”, capítulos 3 e 4.
 
Em 10 de setembro, quarta-feira, às 18 horas, a Oficina será oferecida pela Barbara Szaniecki, com tema “Outros Monstros Possíveis”, título do livro dela que será lançado nesse dia.
 
Em 24 de setembro, quarta-feira, às 18 horas, contaremos com a Raluca Soreanu, com o tema Facialidades e a Nova Estética do ProtestoOs textos de referência são:
1) Félix Guattari. 2011. Signifying Faciality, Diagrammatic Faciality. In The Machinic Unconscious: Essays in Schizoanalysis. Los Angeles: Semiotext(e), pp. 75-106 (translated by Taylor Adkins).
2) Félix Guattari. 2009. Everybody Wants to Be a Fascist. In Chaosophy: Texts and Interviews 1972-1977. Los Angeles: Semiotext(e), pp. 154-175.
3) Félix Guattari. 1992. Caosmose. Um novo paradigma estético. São Paulo, Editora 34 (tradução Ana Lúcia Oliveira e Lúcia Cláudia Leão).
4) Gilles Deleuze e Félix Guattari. 1996. Ano zero – rostidade. In Mil platôs. Capitalismo e esquizofrenia, vol. 3. Rio de Janeiro: Editora 34, pp. 31 -62 (tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Destruir a universidade por VLADIMIR SAFATLE

"VLADIMIR SAFATLE
Destruir a universidade via facebook/ FSP
A Universidade de São Paulo está em greve desde o fim de maio. Se lembrarmos que no final do ano passado ela também estava em greve, chegaremos a duas longas greves em menos de um ano. Ou seja, vivemos em situação constante de crise.
Além de formar 92 mil alunos, a USP representa 25% de toda a pesquisa produzida pelo Brasil. Como sabemos que não há desenvolvimento sem criatividade e tecnologia, não haverá futuro para o Brasil sem passar pela discussão aprofundada sobre qual o destino de sua principal universidade e centro de pesquisa. No entanto, em pleno ano eleitoral, a última coisa da qual os candidatos a governo do Estado falam é sobre a crise das universidades paulistas.
A USP passa por uma situação bastante conhecida de todo brasileiro: uma instituição administrada de forma opaca que, no momento de modernizar-se, luta com todas suas forças para preservar seus arcaísmos. Agora, há um embate a respeito da natureza deste arcaísmo. Nosso reitor tem usado seu tempo para ir a imprensa e falar de regimes de trabalho arcaicos, profissionais acomodados, máquinas administrativas inchadas, entre outros. Para o cidadão, fica a parecer que a universidade tem atualmente um deficit de R$ 1 bilhão porque ela sustenta uma classe de funcionários semi-ociosa e atrasada.
No entanto, talvez seja mais correto afirmar que estamos em franco declínio porque somos administrados por pessoas que não se responsabilizam pelos seus próprios fracassos. Nossa atual reitoria fez parte da antiga reitoria, a mesma que deixou como legado a conhecida catástrofe orçamentária. Mas, em meio a um processo de construções de prédios sem recursos, abertura de escritórios de representação em Cingapura, Boston, Londres e gasto irresponsável do dinheiro público com projetos agora abandonados, tudo o que nossa burocracia universitária responde atualmente é: "Eu não sabia". Ou seja, ninguém sabia, ninguém viu. Pobre dinheiro público, administrado de tal forma.
Em qualquer lugar do mundo, isso levaria a sociedade a se perguntar sobre se nossa administração universitária é, de fato, adequada para os desafios que o Brasil se deu, se não seria o caso de repensar radicalmente a maneira com que nossas universidades são administradas, modernizá-las ouvindo sua comunidade e reformar nossas instituições. Ou seja, a sociedade poderia conhecer os modelos de administração universitária em outras partes do mundo e se perguntar porque o nosso não é adotado por praticamente ninguém. Mas aqui, por enquanto, só temos silêncio, cortes de pontos de funcionários e um governo do Estado que produziu a crise (pois impôs o reitor responsável por ela) e se finge de morto."
FSP