quinta-feira, 8 de maio de 2014

Negri e nós |

Negri e nós |



Em
nosso tempo, as categorias e instituições políticas características da
“modernidade” estão em crise. Democracia, representação, partidos,
sistemas de
welfare,
nada parece escapar à “fadiga dos materiais” que contamina até as
propostas de reforma que se apresentam. Mesmo as rebeliões e
insurgências metropolitanas dos últimos anos, apesar do potente desejo
de liberdade e igualdade que expressam, encontram limites que frustram a
construção de instituições e práticas alternativas. A tragédia das
revoluções do século XX, entre 1917 e 1968, malgrado os aspectos
positivos que legaram, parece se projetar sobre todos os esforços de
transformação que temos testemunhado.
Como
ultrapassar essa angustiante situação? Como evitar que a potência
constituinte dos oprimidos seja aprisionada nas jaulas do constituído?
Como impedir que a ação política seja reduzida ao simulacro da
representação? Como pensar a constituição de um sujeito político que
escape à tentação do Uno e à tutela de vanguardas? O que pode nos
ensinar todo um acúmulo de derrotas?
Se
temos a sensibilidade marcada pelo amor à vida e por uma irrenunciável
solidariedade em relação aos que vivem e padecem as privações e
humilhações que nascem da desigualdade e da servidão; se ousamos pensar a
política a partir do antagonismo que opõe inconciliavelmente os
pequenos que desejam se liberar aos grandes que desejam oprimir; se
desejamos construir comunidade a partir do respeito às singularidades e
do reconhecimento da multiplicidade dos modos de viver, sentir, pensar e
produzir; se tomamos o capital como relação violenta de comando e
exploração sobre os que trabalham – então podemos compreender o que há
em comum entre Antonio Negri e nós.

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