sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Dispositivo segundo Manuel Gausa
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Riots updated: Sennett, Rykwert, Till, de Botton, Tavernor and more on why Britain is burning | News | Architects Journal
Joseph Rykwert- We need to think about public housing and public space - quickly C
Richard Sennett - The riots were all too predictable (...)
Jeremy Till - At least the architects are not blamed this time, as we were with Broadwater. Nor could we be, because (quoting Simmel) the city is not a spatial entity with sociological consequences, but a sociological entity that is formed spatially. Here the riots spatialise years of ramping up of social inequality. (...)
William JR Curtis - London has been up for sale to the highest bidders in the international plutocracy for years and the results are there to see in the Shard and all the other grotesque signs of exaggerated wealth that are in fact impoverishing the public realm for everybody else. (...) Is one surprised that one kind of violence is responding to another kind? No, not really. (...)
Yasmin Sharif- (...) What we are experiencing are the consequence of policies which pander to big business and line the pockets of bankers, developers, PFI companies and other private organisations at the expense of the public purse.
Leitura dos outros no link-título
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Henri Lefebvre, inventor do direito à cidade | Ponto de Cultura - Outras Palavras
O “direito à cidade” foi pioneiramente concebido como tal por Henri Lefebvre, na obra-manifesto Le droit à la ville, publicado poucos meses antes de maio de 1968. Lefebvre repudia a postura determinista e metafísica do urbanismo modernista: tem ciência de que os problemas da sociedade não podem ser todos reduzidos a questões espaciais, muito menos à prancheta de um arquiteto.
A crítica ao urbanismo positivista, porém, não se reduz à questão de que ignora os limites da capacidade de o planejamento racionalista abstrato transformar a realidade. Mais do que apontar a falência do resultado, Lefebvre repudia o caráter alienante da própria pretensão de tornar os problemas urbanos uma questão meramente administrativa, técnica, científica, pois ela mantém um aspecto fundamental da alienação dos cidadãos: o fato de serem mais objetos do que sujeitos do espaço social, fruto de relações econômicas de dominação e de políticas urbanísticas por meio das quais o Estado ordena e controla a população.
O Estado autoritário planificador pode até eventualmente resolver necessidades materiais como moradia e transporte, mas também priva as pessoas da condição de sujeitos da construção da sua própria cidade. No livro Contra os tecnocratas, de 1967, Lefebvre critica inclusive os regimes do “socialismo real”, por se calcarem numa concepção produtivista que ignora que o direito à cidade não se realiza simplesmente pela construção de moradias e outros bens materiais, mas de uma sociabilidade alternativa à da sociedade burocrática – seja a de consumo, seja a planificada –, dominada por uma racionalização automatizadora que torna a vida cotidiana trivial, desprovida de sentido e autenticidade, mutiladora da personalidade. (Continua ver link acima)
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Google StreetView em Vitória
Hoje Conrado andando pela Rua da Lama em Jardim da Penha viu" o carro do Google StreetView estacionado. Conrado disse: "Não perdi tempo e saquei foto com o celular.
Dêem uma olhada."
"Conversei com o cara que tá dirigindo o carro, e ele disse que o plano da Google é fotografar todos os municípios brasileiros com mais de 50.000 habitantes.
Aqui no estado, eles tão quase acabando Vitória e já vão começar os outros municipios da Regiao Metropolitana, além de São Mateus, Linhares, Cachoeiro do Itapemerim, Aracruz, Guarapari e mais alguns.
Perguntei se precisavam andar devagar e o cara falou que não, que sempre que dá eles "metem o pé".
É isso." Conrado Carvalho
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The Three Laws of Open Government Data | eaves.ca
Yesterday, at the Right To Know Week panel discussion - Conference for Parliamentarians: Transparency in the Digital Era - organized by the Office of the Information Commissioner I shared three laws for Open Government Data that I'd devised on the flight from Vancouver.
The Three Laws of Open Government Data:
- If it can’t be spidered or indexed, it doesn’t exist
- If it isn’t available in open and machine readable format, it can’t engage
- If a legal framework doesn’t allow it to be repurposed, it doesn’t empower// ver mais no link
sábado, 2 de julho de 2011
IHU - Instituto Humanitas Unisinos
O curso de Michel Foucault coletado no volume publicado por Feltrinelli, “O Governo de si e dos outros”, articula o tema de uma práxis teórica que se apresenta como crítica ao existente e ato rebelde com respeito ao poder. Um texto que, junto com “A coragem da verdade”, em vias de publicação, desmente as interpretações que apresentaram o filósofo francês como um teórico do neoliberalismo.
A reportagem é de Alessandro Dal Lago, publicada no jornal Il Manifesto, 23-10-2009. A tradução é de Benno Dischinger.
A coragem da verdade é o título do curso dado por Michel Foucault no Collège de France de fevereiro a março de 1984. Poucos meses depois, no mês de junho, o filósofo teria morrido. A morte adeja sobre as últimas palavras públicas de Foucault e não só porque no início do curso ele admite estar seriamente enfermo ou porque se multiplicam as referências aos últimos dias de Sócrates. Antes, as lições concluem sob a insígnia da finitude, como consciência de um senso terreno e irrepetível a ser dado à existência entre os homens. Continuação explícita de O governo de si e dos outros, publicado na França em 2008 e na Itália faz poucos dias junto a Feltrinelli, A coragem da verdade (do qual o editor milanês anunciou a publicação em italiano) coroa uma meditação sóbria e analítica, mas não menos radical sobre o que Hannah Arendt teria definido a existência política.
Aqui devemos ser claros. Os dois cursos e, sobretudo o segundo, mandam pelos ares as interpretações edificantes e paroquiais, essencialmente revisionistas, que na última década, com base na publicação dos cursos, se quis dar da pesquisa foucaultiana. Onde Foucault reconstruía as peripécias da ética antiga em chave de progressiva despolitização (e, portanto, justificação de um governo pastoral ou, se quisermos, do domínio), alguns intérpretes contemporâneos quiseram ver uma espécie de filosofia prática da interioridade – como naquela paródia dos exercícios espirituais que vai sob o nome de laudo filosófico. Um historiador e filósofo cético e libertário foi assim reduzido a uma espécie de pedagogista ou mestre de sabedoria, caricatura que Foucault teria detestado. Bastaria a sobriedade com a qual enfrentou os últimos meses de vida para mostrar como para Foucault o “cuidado de si” seria algo de esquisitamente privado do qual não convém fazer comércio intelectual e material.
Os ídolos do cínico
No governo de si e dos outros, Foucault indica, baseando-se em Eurípides, Platão, Plutarco etc., como a parrésia teria sido na origem um conceito político – a palavra que o homem livre pronuncia a respeito da polis contra a tirania e a injustiça. Algo, portanto, que tem sentido em público e pressupõe um coro. Sucessivamente, em sintonia com o declínio da polis, a parrésia começa a fazer parte dos ‘arcana imperii’. Como se vê nas relações de Platão com os dois Dionísios, o “falar franco” torna-se o do filósofo ao tirano; em outros termos, trata-se de algo ao mesmo tempo técnico e secreto (de onde a afinidade com o tema platônico da supremacia da sapiência oral).
O fim da liberdade grega é o contexto histórico no qual a parrésia perde qualquer sabor político para se tornar “franqueza” teorética, “verdade” pessoal e interpessoal. Lançam-se aqui as premissas para aquela repatriação dos filósofos em si mesmos, com base em grande parte da ética helenística e em particular do estoicismo. Mas, caso se tenha em mente as outras pesquisas de Foucault, é impossível não pensar na fundação da subjetividade teórica. A partir do ‘Noli foras ire’ [Não queiras sair fora] de Agostinho, se desdobra uma estrada que passa de Descartes e transita pelos lados de Husserl para acabar no receituário edificante contemporâneo.
As primeiras aulas do curso de 184 retomam e reelaboram o Governo de si e dos outros. Como se sentisse a urgência de fixar uma matéria delicadíssima (no fundo se trata de repensar em chave de conflito ético-político e não mais de mero desvelamento da racionalidade, as origens do pensamento ocidental), Foucault retorna sobre as diversas declinações da parrésia, se detem nas interpretações da morte de Sócrates, tira os fios que daquelas antigas discussões levam diretamente aos dilemas de hoje, mostra como, em última análise, a psique seja o terreno ao qual conduziu o “falar franco”. É na interioridade da alma que o ensaio verá por último manifestar-se o logos. Simone Weil pôde falar, a propósito da filosofia platônica, de intuições pré-cristãs. Foucault nos mostra quão clássica seja a idéio (que se quer moderna) do eu como terreno privilegiado da verdade.
Era possível outra história? Através de uma análise originalíssima da virada cínica, Foucault parece sugerir de si – conduzindo-nos a um terreno que não é o da mera nostalgia da polis e muito menos do recuo histórico. O cínico não é alguém que exercita ocasionalmente a parrésia ou muito menos a teoriza, mas é aquele que a pratica sempre – isto é, alguém que vive, poder-se-ia dizer, num estado de parrésia.
O cínico desmascara, portanto, com seu exemplo os ídolos privados e públicos. Exemplar, a este propósito, é aquele filósofo cínico arrastado a juízo porque se recusa aceitar os mistérios. Se os mistérios são maus, diz ele, o filósofo deve dizer a verdade sobre eles. Se são bons, deverá atrair para eles o maior número de pessoas possível; em todo o caso, deve conhecê-los e portanto não podem dar-se mistérios. Com um só golpe, os cínicos desmascaram a mitologia religiosa e a prosopopéia do poder. Deste modo, correm riscos, exatamente como Sócrates, de quem levam às extremas consequências o método, mas sem aquela aura de superioridade um pouco tortuosa que já havia atraído sobre Sócrates as ironias de Aristófanes.
Os cínicos, de fato, dão acima de tudo o exemplo, encarnando a verdade com seu comportamento. Num capítulo extraordinário sobre a posteridade dos cínicos, Foucault mostra quanto seu exemplo esteja afim ao espírito revolucionário moderno. O cínico é, em última análise, um filósofo prático subversivo e, neste sentido, se ergue contra o conservadorismo platônico e aristotélico e seu supremo senso de ordem.
O espírito anti-institucional
Pobreza na vida cotidiana, corpos cobertos de trapos, falta de moradia, nomadismo... Nesta filosofia praticada por baixo Foucault vê justamente os pródromos de um cristianismo popular e primitivo, mas também das heresias que germinarão às margens da institucionalização do cristianismo e contra ela. Como não pensar, além dos valdenses citados por Foucault, nas seitas gnósticas, nos cátaros etc. etc. até os levellers ou os anabatistas? É no assim dito cinismo, parece dizer Foucault, um espírito anti-institucional e anti-aristocrático que, embora provindo diretamente da experiência filosófica clássica, mira diretamente no coração de outra modernidade. Os cínicos se refazem segundo Sócrates, mas o liberam das mitologias filoespartanas e autoritárias de um Xenofonte, o desplatonizam e, assim fazendo, o superam. Eis o sentido do moto de Diógenes “mudar o valor da moeda”. Não uma apologia da falsificação, mas – teria eu vontade de dizer – uma transvaloração democrática, popular, revolucionária dos valores.
Ascese, verdade como escândalo, militantismo: são estes os três aspectos que o cinismo consigna à posteridade. Não só na religião ou nas doutrinas sociais. Pense-se – diz Foucault – na pretensão dos artistas de viver uma vida exclusiva, ou seja, de viver a arte, de não aceitar uma separação entre arte e vida. “Há um antiplatonismo da arte moderna que (...) tem sido uma tendência que se encontra em Manet, senão em Francis Bacon, em Baudelaire, senão em Samuel Beckett ou Burroughs; o anti-platonismo: a arte como irrupção do elementar posto a nu pela existência” (A coragem da verdade).
O pedantismo do exemplo
Certamente há também no cinismo filosófico, diz Foucault, o anúncio de outro tipo de pedagogismo que não se manifestaria através do racionalismo socrático-platônico e depois histórico, cristão, etc., mas pelo pedantismo do exemplo. O militante está pronto a transformar-se – como a experiência histórica nos mostra até a náusea – em funcionário, talvez da humanidade. O subversivo em moralista. O herege em tutor de uma ordem que fatalmente só pode envelhecer. Mas, trata-se de uma dialética esquisitamente moderna, que está na base das nossas ilusões e das inumeráveis desilusões contemporâneas. E, no entanto, a “razão cínica” – para citar um velho livro do filósofo alemão Peter Sloterdijk – continua a trabalhar contra a eternização do presente. Porque, como observa corretamente Frédéric Gros nas notas conclusivas a Le courage de la verité [A coragem da verdade], o gesto dos cínicos consiste no apelo à transformação do mundo e, por conseguinte, na possibilidade de “outro” mundo. Com isso, cremos, o sentido da investigação de Foucault se emancipa da pátina insuportavelmente otimista e confessional da qual foi recoberto há uma vintena de anos.
Surge a vontade de dizer que o significado profundo da parrésia de fato não está para nós no desprendimento interior que Foucault reconstruiu, se não nos limiares do cristianismo, na indiferença de Diógenes diante de Alexandre e em seu seguimento; no desprezo das conveniências teóricas e políticas; no apelo à verdade contra a falsidade midiática e institucional. Em definitivo, numa existência autenticamente rebelde. Após tudo, pouco antes de morrer, Foucault observou que o verdadeiro significado da rebelião não está na vitória que é sempre problemática, mas no fato de que somente ela torna possível a história.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Íntegra do voto do ministro Celso de Mello sobre marcha da maconha :: Notícias JusBrasil
Leia a íntegra do relatório e voto do ministro Celso de Mello no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, em que ressaltou a liberdade de expressão e de reunião, bem como o direito à livre manifestação do pensamento, princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Multitudes Web - 6. Pour une redéfinition du concept de " Biopolitique"
G. Deleuze
segunda-feira, 13 de junho de 2011
De choque em choque - gazeta online
Éflagrante a incapacidade do governo Casagrande de se antecipar e firmar uma negociação contínua com estudantes sobre transporte coletivo. A sociedade não pode ser convocada somente em 30 de dezembro para aumentar tarifa. É preciso uma agenda da mobilidade que contemple toda a sociedade: "quem e quanto pagar" por tarifas, passes livres, qualidade do serviço.
Desde abril, circulava nas redes sociais: "Vitória vai literalmente parar" (@ Protesto GV): 2 de junho, 6 horas, Palácio Anchieta. Além de "tentativas" de negociação, o que ocorreu em abril e maio? O governo não tem estrutura e pessoal para o diálogo permanente - e não o de ocasião. É discurso sem sustentação prática. Chegou ao ponto de o protesto ter começado sem a sua presença para ouvir a demanda da hora, acertar reunião e buscar liberar uma pista.
Diferenciando-se da esquerda arcaica, o "ativismo virtual", segundo o prof. Marco A. Nogueira: a) atua de forma mais livre e horizontal; b) não tem lideranças claras; c) partidos não comandam; d) há muita festa e determinação, mais do que disciplina militante. São movimentos em movimento que rompem com paradigmas de entidades estudantis do passado. As negociações são mais complexas.
Nas 6 horas de trânsito bloqueado, com Casagrande em Brasília, e o vice, Givaldo Vieira, fora da capital, relatos no Twitter davam conta de que houve ligações para dirigentes de entidades. Nada aconteceu de efetivo, até a chegada do vice. Paralisia. Agendou-se uma reunião para 13 horas. Ao mesmo tempo, o BME deu um ultimato: desocupar em 5 minutos. Do oito para oitocentos. Resultado: confronto violento na rua, e negociação que não chegou ao Palácio.
Não concordo com a obstrução total da mobilidade, nem com vandalismos. Mas é um dilema, no calor do protesto, encontrar o "ponto do doce": incomodar, ganhar repercussão e força e, simultaneamente, respeitar direitos. Não é trivial calibrar transtornos. Estudantes no protesto, e não só eles, investidos de poder, também expressam, em atos, emoções e "instintos primitivos" que suplantam racionalidades.
Os excessos se amplificam quando viram alvo de bombardeios apimentados. Os policiais deveriam estar mais bem capacitados para os momentos de forte tensão da lei e da ordem. As negociações não podem começar com a "tropa de choque" perfilada. O coronel Odorico dizia: "É ilegal, baixa o pau" (CBN, Sucupira, 20.05). Ao contrário, buscar a mediação é essencial.
São altos os riscos de "guerra" nessa ambiência. É inerente a tensão entre a eficácia do protesto - número de participantes e incômodos gerados - e o Estado de Direito. No centro de Vitória, os manifestantes acumularam poder nas seis horas de paralisação total.
Nesse clima de beligerância, o governo optou pelo confronto. Empurrou os movimentos para a Ufes. No final da tarde, a truculência do BME ampliou-os. Em menos de 24 horas, os manifestantes saltaram de dezenas para milhares. É o resultado mais veloz do "crescer é com a gente". Na noite do dia 3, outro choque. O uso da força em um dia veio a ser o prenúncio de fraqueza no outro: o governo se rendeu aos milhares de manifestantes. A polícia observou-os na Ufes e deixou-os ocupar o entorno da Terceira Ponte. Certo?
Ontem, depois dos extremos, outro protesto com interrupção parcial do tráfego e pauta de negociação. É possível a passagem para uma mobilidade sustentável?
Roberto Garcia Simões é professor da Ufes e especiaIista em políticas públicas.
E-mail: robertog@npd.ufes.br
Internet como ferramenta de mobilização | Brasilianas.Org
Da Folha
Internet é arma política para 71% dos jovens
Pesquisa mostra que rede se firma como ferramenta de mobilização alternativa
DE SÃO PAULO
Descontentes com as instituições políticas tradicionais, os jovens brasileiros consolidaram a internet como instrumento alternativo para mobilização social, mostra pesquisa feita pelo Datafolha em parceira com a agência de publicidade Box.
Para 71% dos entrevistados, é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos.O dado, segundo especialistas ouvidos pela Folha, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.
A pesquisa compreendeu uma fase qualitativa, a que se seguiu um painel quantitativo. Neste, foram entrevistados 1.200 jovens com idade entre 18 e 24 anos, em cidades de quatro regiões do país.
"Esse jovem pensa a política de forma menos hierárquica e mostra uma descrença em relações às instituições formais, como partidos ou governo", diz Gabriel Milanez, pesquisador da Box.
O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que "a juventude se comunica diretamente". "Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional", disse à Folha.
Exemplos desse "salto" ficaram frequentes no noticiário dos últimos meses.
No Egito, por exemplo, a imagem da praça Tahrir tomada por manifestantes organizados pela internet tornou-se símbolo da queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No Brasil, em proporção ainda reduzida, o poder de mobilização das redes sociais também já aparece.
Por fora dos partidos e das organizações tradicionais da juventude, organizaram-se protestos como as marchas da Maconha e da Liberdade, assim como o Churrascão da Gente Diferenciada, contra moradores de Higienópolis, na capital paulista, que fizeram oposição à construção de uma estação de metrô.
Para o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, são eventos que apontam para um momento de transição.
"A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí", diz.
Marco Magri, um dos coordenadores da Marcha da Maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a "falência" do que chama de "política institucional". "O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover."
"Essa política tradicional está fadada a perder espaço. E a nós caberá o desafio de levar aqueles que se mobilizam na internet às ruas, que é o que provoca algum resultado", avalia.
(DANIELA LIMA)
Greetings, members of NATO. We are Anonymous.
5/6/2011, Your Annon News
Em recente publicação, vocês declararam que os Anonymous seríamos “uma ameaça ao governo e ao povo”. Também disseram que o sigilo seria “mal necessário” e que a transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.
Os Anonymous gostaríamos de lembrar-lhes que o governo e o povo são, ao contrário de supostos pilares da “democracia”, entidades distintas que frequentemente têm objetivos e desejos divergentes.
É posição de Anonymous que, quando há conflito de interesses entre o governo e o povo, a prioridade deve ser garantida ao povo, não ao governo. A única ameaça que a transparência cria para os governos está em que a transparência impede que os governos ajam de modo que enfureça o povo sem que, por assim agirem, os governos sofram as consequências democráticas da desaprovação popular; sem que o povo possa manifestar-se por vias democráticas contra um ou outro comportamento dos governos.
O próprio relatório que os membros da OTAN distribuíram cita perfeito exemplo disso: o ataque de Anonymous contra HBGary. Pouco nos importa que HBGary estivesse trabalhando a serviço da ‘segurança’ ou para objetivos militares; suas ações e práticas foram ilegais e moralmente repreensíveis. Anonymous não aceita que o governo e/ou os militares tenham qualquer direito acima da lei e que se sirvam da máscara-clichê da “segurança nacional” para justificar atividades secretas e ilegais.
Se o governo não respeita suas próprias regras, que enfrente as consequências democráticas de seus atos, nas urnas. Não aceitamos o atual status quo, quando o governo pode contar uma história ao povo e outra nos contatos privados. A desonestidade e o sigilo minam completamente o conceito de autodeterminação democrática.
Como o povo poderia decidir em quem votar, sem ser corretamente informado sobre as políticas em que os políticos realmente trabalham?
Quando um governo é eleito, diz-se que ele “representa” a nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações do povo no governo, mas são ações praticadas em nome de cada cidadão de cada país. Uma situação na qual o povo não tenha qualquer ideia, ou quase ideia alguma, do que esteja sendo dito ou feito em seu nome – sempre dito ou feito atrás de portas fechadas – é inaceitável.
Anonymous e WikiLeaks são entidades distintas. WikiLeaks não solicita nem recebe ajuda dos Anonymous. Mas Anonymous e WikiLeaks partilham uma mesma qualidade: não ameaçam nenhuma entidade ou organização – a menos que a entidade ou organização esteja fazendo algo errado e tentando escapar sem ser vista.
Não ameaçamos o modo de vida de ninguém. Não queremos dar ordens a ninguém. Não queremos assustar nação alguma.
Queremos exclusivamente esvaziar o poder de interesses escusos e devolver o poder ao povo – porque, numa democracia, o povo é que deve ser sempre levado em conta, em primeiro lugar.
O governo faz as leis. O poder de fazer as leis não dá a nenhum governo o poder de atropelar a lei. Se o que algum governo faz é feito às escondidas ou é sabidamente ilegal, nada jamais haverá de “embaraçoso” nas revelações de Wikileaks, nem nenhum escândalo advirá de as pessoas saberem exatamente o que HBGary é ou faz. Escândalos que tenham sido descobertos não são resultado da ação de Anonymous ou de Wikileaks: são resultado do CONTEÚDO das revelações. A responsabilidade por aquele conteúdo é integralmente dos políticos que, como todos os corruptos, pessoas ou entidades, acreditam, simploriamente, que estejam acima da lei e que ‘não podem’ ser apanhados.
Grande parte do que disseram empresas e governos tratou de “como faremos para evitar futuros vazamentos”. As soluções consideraram mais segurança, maior controle na liberação de autorizações de acesso a documentos secretos, penas mais duras para ‘vazadores’ e, até, censura à imprensa.
Nossa mensagem é simples: Basta não mentir ao povo, e nunca terão de preocupar-se por suas mentiras serem divulgadas. Não corrompam, não se corrompam e não facilitem a corrupção, e nunca terão de preocupar-se por a corrupção vir à luz. Não ignorem a lei, e nunca terão de preocupar-se com problemas que só perseguem quem ignora a lei.
Quem tenha duas caras, em nada melhora se cobrir uma delas. Melhor solução é ter sempre uma e a mesma cara – e que seja cara honesta, aberta e democrática.
Vocês sabem que não nos temem por sermos alguma ameaça à sociedade. Vocês nos temem porque somos ameaça à hierarquia estabelecida. Anonymous já provou, ao longo dos anos, que nenhuma hierarquia é necessária para que haja grande progresso. O mais provável é que o que vocês mais temem em nós seja a descoberta e a revelação da irrelevância de vocês, num tempo que já superou a necessidade de confiar em vocês. O que realmente os aterroriza não é um coletivo de ativistas, mas o fato de que vocês e tudo que representam, porque a maré mudou e a tecnologia avançou e caiu em mãos democráticas, já não passam de controles inúteis e ineficazes.
Para terminar, não cometam o erro de desafiar os Anonymous.
Não cometam o erro de pensar que podem degolar uma serpente sem cabeça. Se cortarem uma cabeça da Hydra, dez outras cabeças surgirão para substituí-la. Se cortarem um Anon, dez mais se reunirão a nós, em revolta contra seu ato de traição à democracia e de quebra de confiança.
A única forma de derrotar o movimento que nos une é aceitar as nossas regras.
Esse mundo já não pertence a vocês. Pertence a nós – é o nosso mundo, o mundo do povo.
Somos Anonymous. Somos legião. Não perdoamos. Não esquecemos.
Esperem, e verão.
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domingo, 22 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Kit Mobilização | Rede Nacional dos Pontos de Cultura
A Comissão Nacional dos Pontos de Cultura disponibiliza o nosso Kit Mobilização para as atividades que serão desenvolvidas nos estados nos dias 18 de abril e 25 de maio.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Libro SCL | Espacios prácticos y cultura urbana
SCL | Espacios prácticos y cultura urbana
17 x 21 cm
224 páginas, duetono, tapa rústica
ISBN Nº 978-956-14-1083-1
Santiago de Chile, 2009
Texto: castellano
A partir de las visiones de 13 jóvenes autores formados en la sociología, la arquitectura, la antropología, la economía, los estudios culturales y la literatura, este volumen inaugura una conversación sobre la construcción de la ciudad, su cultura y la vida que en ella se despliega.
Trasladando la mirada de los asuntos cuantitativos a los cualitativos y con marcado acento etnográfico, la selección de textos a cargo de Fernando Pérez Oyarzun y Manuel Tironi Rodó reúne aproximaciones no habituales sobre la condición urbana de Santiago y sus fisuras, que antes que manifestaciones de un inminente colapso parecen más bien la expresión de una realidad emergente,
que estamos convocados a desentrañar.
Fotografías de Alexis Díaz entrelazan los articulos y otorgan la visión de un paseante de la ciudad sobre la que se escribe: un retrato visual de Santiago a comienzos del s. XXI.
domingo, 17 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
BBC News - Ahdaf Soueif: Protesters reclaim the spirit of Egypt
People are actually articulating: "They said we were divided, extreme, ignorant, fanatic - well here we are: diverse, inclusive, hospitable, generous, sophisticated, creative and witty." Ahdaf Soueif
7iber Dot Com » Can Resistance Be Designed?
After realizing that Tahrir Square in Cairo was becoming more than just a demonstration space, citizens of the city redefined what public space means to them, and by that changed their country’s history.
subrealism: interactive map and diagram of tahrir square protests
cognitive infiltration
in:
http://subrealism.blogspot.com/2011/02/interactive-map-and-diagram-of-tahrir.html
http://subrealism.blogspot.com/search/label/cognitive%20infiltration
Uma Volta na Lama on Vimeo
Uma cidade cresce. Uma rua se modifica.
Documentário realizado na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil, em 2010.
De Ursula Dart
terça-feira, 5 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
Seminário: lutas globais e o papel da internet (40)
Seminário: A revolução do compartilhamento: lutas globais e o papel da internet
Data: 05 de abril
Horário: 19h
Local: Auditório do Centro de Artes (Cemuni IV).
Entrada Franca.
...
A expansão do acesso à Internet, o surgimento das mídias sociais – no que se convencionou chamar de Web 2.0 – e a profusão dos dispositivos móveis de comunicação, trouxeram uma nova tônica para o cenário da comunicação mundial. Ao privilegiar a produção e a expressão de conteúdos a partir das bordas, tais tecnologias redefinem de maneira substantiva as condições da comunicação interpessoal e coletiva.
Nesse contexto, pudemos observar no início deste século, eventos nos quais o uso das novas tecnologias de comunicação teve papel fundamental na articulação e na mobilização dos sujeitos, que constituíram movimentos contestatórios potentes. Indivíduos munidos de tecnologias de produção e difusão de informação entram em um processo de intensa colaboração, criando formas de organização inovadoras, aproveitando-se da descentralização propiciada por esse novo regime de comunicação.
Ultimamente, temos acompanhado as lutas por democracia nos países do norte da África e do Oriente Médio, nas quais uma constatação importante é o uso feito pelos indivíduos das mídias sociais e das tecnologias móveis. Assim, é interessante dimensionar o papel da internet nesse cenário e discutir a relevância das novas formas compartilhamento nas lutas emergentes. Todos estes assuntos vão nortear o debate no seminário, com a participação de:
Henrique Antoun (UFRJ)
Ruth Reis (Ufes)
Clara Miranda (Ufes)
Ricardo Néspoli (Jornalista)
Mediação: Fábio Malini (Coletivo Multi/Ufes)
segunda-feira, 21 de março de 2011
DISSENSO E (RE)CRIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO in ZONA DE IMPACTO
"“A escolha desse termo [dissenso] não busca simplesmente valorizar a diferença e o conflito sob suas diversas formas: antagonismo social, conflito de opiniões ou multiplicidade das culturas. O dissenso não é a diferença dos sentimentos ou das maneiras de sentir que a política deveria respeitar. É a divisão do núcleo mesmo do mundo sensível que institui a política e sua racionalidade própria. Minha hipótese é portanto a seguinte: a racionalidade da política é a de um mundo comum instituído, tornado comum, pela própria divisão"(...)
“Assim o dissenso antes de ser oposição entre um governo e as pessoas que o contestam, é um conflito sobre a própria configuração do sensível. Os manifestantes põe na rua um espetáculo e um assunto que não tem aí seu lugar" Ranciere apud Ribeiro VER abaixo
RIBEIRO, Suzana L; S. DISSENSO E (RE)CRIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO. NÚCLEO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA ORAL - USP
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Praça da Amizade, Bairro Floresta, Vitória, ES
Praça da Amizade, Bairro Floresta, Vitória, ES
Segundo dia de trabalho na foto pessoal do Cisv e comunidade de Floresta |
A praça vistada por crianças de outras comunidades vizinhas a Floresta, pessoal do Cisv, Fórum do Bem e Célula |
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Floresta terraço ou terreiro ou playground 1
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Mutirão do Bem_até dia 20 de janeiro
domingo, 19 de dezembro de 2010
Projeto de Praça no Bairro Floresta- Mutirão do Bem
Nas ações ambientais no Território do Bem, comunidade, lideranças, técnicos do governo PMV, empresas, organizações não-governamentais: Arte Idéias, profissionais, universidade, nós do Emau e voluntários em geral juntos desejamos e vamos transformar pontos sujos de lixo em espaços melhores, mais saudáveis, mais bonitos, para serem cuidados como bem-comum pela comunidade.
Abaixo, estudos da Praça. Se for executada (e vai ser), os recursos esperados virão da PMV- Prefeitura Municipal de Vitória, Espírito Santo, Brasil.
SEJAM BEM VINDOS PARA ESTA TRANSFORMAÇÃO. POR UM ESPAÇO, UMA RUA, UM BAIRRO... UM MUNDO MELHOR SEJA VOCÊ TAMBÉM UM EDUCADOR AMBIENTAL! Local/Município/UF: Território do Bem / Poligonal 1: Bairros São Bnedito, Jaburu, Floresta, Engenharia, Itararé, Conceição, Bairro da Penha / Vitória - ES Data de Realização do Mutirão: 5 a 20 de janeiro de 2011
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ecos do Bem realiza Mutirão do Bem – Valorizando o lugar em que vivemos
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Laboratório de assistência técnica para habitação de interesse social
terça-feira, 2 de novembro de 2010
A articulação entre as atividades de ensino, de extensão e de pesquisa
Referências