domingo, 19 de junho de 2011
Íntegra do voto do ministro Celso de Mello sobre marcha da maconha :: Notícias JusBrasil
Íntegra do voto do ministro Celso de Mello sobre marcha da maconha :: Notícias JusBrasil
Leia a íntegra do relatório e voto do ministro Celso de Mello no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, em que ressaltou a liberdade de expressão e de reunião, bem como o direito à livre manifestação do pensamento, princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988.
Leia a íntegra do relatório e voto do ministro Celso de Mello no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, em que ressaltou a liberdade de expressão e de reunião, bem como o direito à livre manifestação do pensamento, princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Multitudes Web - 6. Pour une redéfinition du concept de " Biopolitique"
Multitudes Web - 6. Pour une redéfinition du concept de " Biopolitique"
Mise en ligne septembre 1997
« Une vie ne contient que des virtuels »
G. Deleuze
G. Deleuze
Ver link título
segunda-feira, 13 de junho de 2011
De choque em choque - gazeta online
De choque em choque - gazeta online
Éflagrante a incapacidade do governo Casagrande de se antecipar e firmar uma negociação contínua com estudantes sobre transporte coletivo. A sociedade não pode ser convocada somente em 30 de dezembro para aumentar tarifa. É preciso uma agenda da mobilidade que contemple toda a sociedade: "quem e quanto pagar" por tarifas, passes livres, qualidade do serviço.
Desde abril, circulava nas redes sociais: "Vitória vai literalmente parar" (@ Protesto GV): 2 de junho, 6 horas, Palácio Anchieta. Além de "tentativas" de negociação, o que ocorreu em abril e maio? O governo não tem estrutura e pessoal para o diálogo permanente - e não o de ocasião. É discurso sem sustentação prática. Chegou ao ponto de o protesto ter começado sem a sua presença para ouvir a demanda da hora, acertar reunião e buscar liberar uma pista.
Diferenciando-se da esquerda arcaica, o "ativismo virtual", segundo o prof. Marco A. Nogueira: a) atua de forma mais livre e horizontal; b) não tem lideranças claras; c) partidos não comandam; d) há muita festa e determinação, mais do que disciplina militante. São movimentos em movimento que rompem com paradigmas de entidades estudantis do passado. As negociações são mais complexas.
Nas 6 horas de trânsito bloqueado, com Casagrande em Brasília, e o vice, Givaldo Vieira, fora da capital, relatos no Twitter davam conta de que houve ligações para dirigentes de entidades. Nada aconteceu de efetivo, até a chegada do vice. Paralisia. Agendou-se uma reunião para 13 horas. Ao mesmo tempo, o BME deu um ultimato: desocupar em 5 minutos. Do oito para oitocentos. Resultado: confronto violento na rua, e negociação que não chegou ao Palácio.
Não concordo com a obstrução total da mobilidade, nem com vandalismos. Mas é um dilema, no calor do protesto, encontrar o "ponto do doce": incomodar, ganhar repercussão e força e, simultaneamente, respeitar direitos. Não é trivial calibrar transtornos. Estudantes no protesto, e não só eles, investidos de poder, também expressam, em atos, emoções e "instintos primitivos" que suplantam racionalidades.
Os excessos se amplificam quando viram alvo de bombardeios apimentados. Os policiais deveriam estar mais bem capacitados para os momentos de forte tensão da lei e da ordem. As negociações não podem começar com a "tropa de choque" perfilada. O coronel Odorico dizia: "É ilegal, baixa o pau" (CBN, Sucupira, 20.05). Ao contrário, buscar a mediação é essencial.
São altos os riscos de "guerra" nessa ambiência. É inerente a tensão entre a eficácia do protesto - número de participantes e incômodos gerados - e o Estado de Direito. No centro de Vitória, os manifestantes acumularam poder nas seis horas de paralisação total.
Nesse clima de beligerância, o governo optou pelo confronto. Empurrou os movimentos para a Ufes. No final da tarde, a truculência do BME ampliou-os. Em menos de 24 horas, os manifestantes saltaram de dezenas para milhares. É o resultado mais veloz do "crescer é com a gente". Na noite do dia 3, outro choque. O uso da força em um dia veio a ser o prenúncio de fraqueza no outro: o governo se rendeu aos milhares de manifestantes. A polícia observou-os na Ufes e deixou-os ocupar o entorno da Terceira Ponte. Certo?
Ontem, depois dos extremos, outro protesto com interrupção parcial do tráfego e pauta de negociação. É possível a passagem para uma mobilidade sustentável?
Roberto Garcia Simões é professor da Ufes e especiaIista em políticas públicas.
E-mail: robertog@npd.ufes.br
Éflagrante a incapacidade do governo Casagrande de se antecipar e firmar uma negociação contínua com estudantes sobre transporte coletivo. A sociedade não pode ser convocada somente em 30 de dezembro para aumentar tarifa. É preciso uma agenda da mobilidade que contemple toda a sociedade: "quem e quanto pagar" por tarifas, passes livres, qualidade do serviço.
Desde abril, circulava nas redes sociais: "Vitória vai literalmente parar" (@ Protesto GV): 2 de junho, 6 horas, Palácio Anchieta. Além de "tentativas" de negociação, o que ocorreu em abril e maio? O governo não tem estrutura e pessoal para o diálogo permanente - e não o de ocasião. É discurso sem sustentação prática. Chegou ao ponto de o protesto ter começado sem a sua presença para ouvir a demanda da hora, acertar reunião e buscar liberar uma pista.
Diferenciando-se da esquerda arcaica, o "ativismo virtual", segundo o prof. Marco A. Nogueira: a) atua de forma mais livre e horizontal; b) não tem lideranças claras; c) partidos não comandam; d) há muita festa e determinação, mais do que disciplina militante. São movimentos em movimento que rompem com paradigmas de entidades estudantis do passado. As negociações são mais complexas.
Nas 6 horas de trânsito bloqueado, com Casagrande em Brasília, e o vice, Givaldo Vieira, fora da capital, relatos no Twitter davam conta de que houve ligações para dirigentes de entidades. Nada aconteceu de efetivo, até a chegada do vice. Paralisia. Agendou-se uma reunião para 13 horas. Ao mesmo tempo, o BME deu um ultimato: desocupar em 5 minutos. Do oito para oitocentos. Resultado: confronto violento na rua, e negociação que não chegou ao Palácio.
Não concordo com a obstrução total da mobilidade, nem com vandalismos. Mas é um dilema, no calor do protesto, encontrar o "ponto do doce": incomodar, ganhar repercussão e força e, simultaneamente, respeitar direitos. Não é trivial calibrar transtornos. Estudantes no protesto, e não só eles, investidos de poder, também expressam, em atos, emoções e "instintos primitivos" que suplantam racionalidades.
Os excessos se amplificam quando viram alvo de bombardeios apimentados. Os policiais deveriam estar mais bem capacitados para os momentos de forte tensão da lei e da ordem. As negociações não podem começar com a "tropa de choque" perfilada. O coronel Odorico dizia: "É ilegal, baixa o pau" (CBN, Sucupira, 20.05). Ao contrário, buscar a mediação é essencial.
São altos os riscos de "guerra" nessa ambiência. É inerente a tensão entre a eficácia do protesto - número de participantes e incômodos gerados - e o Estado de Direito. No centro de Vitória, os manifestantes acumularam poder nas seis horas de paralisação total.
Nesse clima de beligerância, o governo optou pelo confronto. Empurrou os movimentos para a Ufes. No final da tarde, a truculência do BME ampliou-os. Em menos de 24 horas, os manifestantes saltaram de dezenas para milhares. É o resultado mais veloz do "crescer é com a gente". Na noite do dia 3, outro choque. O uso da força em um dia veio a ser o prenúncio de fraqueza no outro: o governo se rendeu aos milhares de manifestantes. A polícia observou-os na Ufes e deixou-os ocupar o entorno da Terceira Ponte. Certo?
Ontem, depois dos extremos, outro protesto com interrupção parcial do tráfego e pauta de negociação. É possível a passagem para uma mobilidade sustentável?
Roberto Garcia Simões é professor da Ufes e especiaIista em políticas públicas.
E-mail: robertog@npd.ufes.br
Internet como ferramenta de mobilização | Brasilianas.Org
Internet como ferramenta de mobilização | Brasilianas.Org
O dado, segundo especialistas ouvidos pela Folha, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.
A pesquisa compreendeu uma fase qualitativa, a que se seguiu um painel quantitativo. Neste, foram entrevistados 1.200 jovens com idade entre 18 e 24 anos, em cidades de quatro regiões do país.
"Esse jovem pensa a política de forma menos hierárquica e mostra uma descrença em relações às instituições formais, como partidos ou governo", diz Gabriel Milanez, pesquisador da Box.
O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que "a juventude se comunica diretamente". "Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional", disse à Folha.
Exemplos desse "salto" ficaram frequentes no noticiário dos últimos meses.
No Egito, por exemplo, a imagem da praça Tahrir tomada por manifestantes organizados pela internet tornou-se símbolo da queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No Brasil, em proporção ainda reduzida, o poder de mobilização das redes sociais também já aparece.
Por fora dos partidos e das organizações tradicionais da juventude, organizaram-se protestos como as marchas da Maconha e da Liberdade, assim como o Churrascão da Gente Diferenciada, contra moradores de Higienópolis, na capital paulista, que fizeram oposição à construção de uma estação de metrô.
Para o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, são eventos que apontam para um momento de transição.
"A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí", diz.
Marco Magri, um dos coordenadores da Marcha da Maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a "falência" do que chama de "política institucional". "O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover."
"Essa política tradicional está fadada a perder espaço. E a nós caberá o desafio de levar aqueles que se mobilizam na internet às ruas, que é o que provoca algum resultado", avalia.
(DANIELA LIMA)
Da Folha
Internet é arma política para 71% dos jovens
Pesquisa mostra que rede se firma como ferramenta de mobilização alternativa
DE SÃO PAULO
Descontentes com as instituições políticas tradicionais, os jovens brasileiros consolidaram a internet como instrumento alternativo para mobilização social, mostra pesquisa feita pelo Datafolha em parceira com a agência de publicidade Box.
Para 71% dos entrevistados, é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos.O dado, segundo especialistas ouvidos pela Folha, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.
A pesquisa compreendeu uma fase qualitativa, a que se seguiu um painel quantitativo. Neste, foram entrevistados 1.200 jovens com idade entre 18 e 24 anos, em cidades de quatro regiões do país.
"Esse jovem pensa a política de forma menos hierárquica e mostra uma descrença em relações às instituições formais, como partidos ou governo", diz Gabriel Milanez, pesquisador da Box.
O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que "a juventude se comunica diretamente". "Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional", disse à Folha.
Exemplos desse "salto" ficaram frequentes no noticiário dos últimos meses.
No Egito, por exemplo, a imagem da praça Tahrir tomada por manifestantes organizados pela internet tornou-se símbolo da queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No Brasil, em proporção ainda reduzida, o poder de mobilização das redes sociais também já aparece.
Por fora dos partidos e das organizações tradicionais da juventude, organizaram-se protestos como as marchas da Maconha e da Liberdade, assim como o Churrascão da Gente Diferenciada, contra moradores de Higienópolis, na capital paulista, que fizeram oposição à construção de uma estação de metrô.
Para o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, são eventos que apontam para um momento de transição.
"A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí", diz.
Marco Magri, um dos coordenadores da Marcha da Maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a "falência" do que chama de "política institucional". "O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover."
"Essa política tradicional está fadada a perder espaço. E a nós caberá o desafio de levar aqueles que se mobilizam na internet às ruas, que é o que provoca algum resultado", avalia.
(DANIELA LIMA)
Greetings, members of NATO. We are Anonymous.
reprodução do texto do link para pensar:
“Saudações, membros da OTAN. Somos Anonymous”.
5/6/2011, Your Annon News
Em recente publicação, vocês declararam que os Anonymous seríamos “uma ameaça ao governo e ao povo”. Também disseram que o sigilo seria “mal necessário” e que a transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.
Os Anonymous gostaríamos de lembrar-lhes que o governo e o povo são, ao contrário de supostos pilares da “democracia”, entidades distintas que frequentemente têm objetivos e desejos divergentes.
É posição de Anonymous que, quando há conflito de interesses entre o governo e o povo, a prioridade deve ser garantida ao povo, não ao governo. A única ameaça que a transparência cria para os governos está em que a transparência impede que os governos ajam de modo que enfureça o povo sem que, por assim agirem, os governos sofram as consequências democráticas da desaprovação popular; sem que o povo possa manifestar-se por vias democráticas contra um ou outro comportamento dos governos.
O próprio relatório que os membros da OTAN distribuíram cita perfeito exemplo disso: o ataque de Anonymous contra HBGary. Pouco nos importa que HBGary estivesse trabalhando a serviço da ‘segurança’ ou para objetivos militares; suas ações e práticas foram ilegais e moralmente repreensíveis. Anonymous não aceita que o governo e/ou os militares tenham qualquer direito acima da lei e que se sirvam da máscara-clichê da “segurança nacional” para justificar atividades secretas e ilegais.
Se o governo não respeita suas próprias regras, que enfrente as consequências democráticas de seus atos, nas urnas. Não aceitamos o atual status quo, quando o governo pode contar uma história ao povo e outra nos contatos privados. A desonestidade e o sigilo minam completamente o conceito de autodeterminação democrática.
Como o povo poderia decidir em quem votar, sem ser corretamente informado sobre as políticas em que os políticos realmente trabalham?
Quando um governo é eleito, diz-se que ele “representa” a nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações do povo no governo, mas são ações praticadas em nome de cada cidadão de cada país. Uma situação na qual o povo não tenha qualquer ideia, ou quase ideia alguma, do que esteja sendo dito ou feito em seu nome – sempre dito ou feito atrás de portas fechadas – é inaceitável.
Anonymous e WikiLeaks são entidades distintas. WikiLeaks não solicita nem recebe ajuda dos Anonymous. Mas Anonymous e WikiLeaks partilham uma mesma qualidade: não ameaçam nenhuma entidade ou organização – a menos que a entidade ou organização esteja fazendo algo errado e tentando escapar sem ser vista.
Não ameaçamos o modo de vida de ninguém. Não queremos dar ordens a ninguém. Não queremos assustar nação alguma.
Queremos exclusivamente esvaziar o poder de interesses escusos e devolver o poder ao povo – porque, numa democracia, o povo é que deve ser sempre levado em conta, em primeiro lugar.
O governo faz as leis. O poder de fazer as leis não dá a nenhum governo o poder de atropelar a lei. Se o que algum governo faz é feito às escondidas ou é sabidamente ilegal, nada jamais haverá de “embaraçoso” nas revelações de Wikileaks, nem nenhum escândalo advirá de as pessoas saberem exatamente o que HBGary é ou faz. Escândalos que tenham sido descobertos não são resultado da ação de Anonymous ou de Wikileaks: são resultado do CONTEÚDO das revelações. A responsabilidade por aquele conteúdo é integralmente dos políticos que, como todos os corruptos, pessoas ou entidades, acreditam, simploriamente, que estejam acima da lei e que ‘não podem’ ser apanhados.
Grande parte do que disseram empresas e governos tratou de “como faremos para evitar futuros vazamentos”. As soluções consideraram mais segurança, maior controle na liberação de autorizações de acesso a documentos secretos, penas mais duras para ‘vazadores’ e, até, censura à imprensa.
Nossa mensagem é simples: Basta não mentir ao povo, e nunca terão de preocupar-se por suas mentiras serem divulgadas. Não corrompam, não se corrompam e não facilitem a corrupção, e nunca terão de preocupar-se por a corrupção vir à luz. Não ignorem a lei, e nunca terão de preocupar-se com problemas que só perseguem quem ignora a lei.
Quem tenha duas caras, em nada melhora se cobrir uma delas. Melhor solução é ter sempre uma e a mesma cara – e que seja cara honesta, aberta e democrática.
Vocês sabem que não nos temem por sermos alguma ameaça à sociedade. Vocês nos temem porque somos ameaça à hierarquia estabelecida. Anonymous já provou, ao longo dos anos, que nenhuma hierarquia é necessária para que haja grande progresso. O mais provável é que o que vocês mais temem em nós seja a descoberta e a revelação da irrelevância de vocês, num tempo que já superou a necessidade de confiar em vocês. O que realmente os aterroriza não é um coletivo de ativistas, mas o fato de que vocês e tudo que representam, porque a maré mudou e a tecnologia avançou e caiu em mãos democráticas, já não passam de controles inúteis e ineficazes.
Para terminar, não cometam o erro de desafiar os Anonymous.
Não cometam o erro de pensar que podem degolar uma serpente sem cabeça. Se cortarem uma cabeça da Hydra, dez outras cabeças surgirão para substituí-la. Se cortarem um Anon, dez mais se reunirão a nós, em revolta contra seu ato de traição à democracia e de quebra de confiança.
A única forma de derrotar o movimento que nos une é aceitar as nossas regras.
Esse mundo já não pertence a vocês. Pertence a nós – é o nosso mundo, o mundo do povo.
Somos Anonymous. Somos legião. Não perdoamos. Não esquecemos.
Esperem, e verão.
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5/6/2011, Your Annon News
Em recente publicação, vocês declararam que os Anonymous seríamos “uma ameaça ao governo e ao povo”. Também disseram que o sigilo seria “mal necessário” e que a transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.
Os Anonymous gostaríamos de lembrar-lhes que o governo e o povo são, ao contrário de supostos pilares da “democracia”, entidades distintas que frequentemente têm objetivos e desejos divergentes.
É posição de Anonymous que, quando há conflito de interesses entre o governo e o povo, a prioridade deve ser garantida ao povo, não ao governo. A única ameaça que a transparência cria para os governos está em que a transparência impede que os governos ajam de modo que enfureça o povo sem que, por assim agirem, os governos sofram as consequências democráticas da desaprovação popular; sem que o povo possa manifestar-se por vias democráticas contra um ou outro comportamento dos governos.
O próprio relatório que os membros da OTAN distribuíram cita perfeito exemplo disso: o ataque de Anonymous contra HBGary. Pouco nos importa que HBGary estivesse trabalhando a serviço da ‘segurança’ ou para objetivos militares; suas ações e práticas foram ilegais e moralmente repreensíveis. Anonymous não aceita que o governo e/ou os militares tenham qualquer direito acima da lei e que se sirvam da máscara-clichê da “segurança nacional” para justificar atividades secretas e ilegais.
Se o governo não respeita suas próprias regras, que enfrente as consequências democráticas de seus atos, nas urnas. Não aceitamos o atual status quo, quando o governo pode contar uma história ao povo e outra nos contatos privados. A desonestidade e o sigilo minam completamente o conceito de autodeterminação democrática.
Como o povo poderia decidir em quem votar, sem ser corretamente informado sobre as políticas em que os políticos realmente trabalham?
Quando um governo é eleito, diz-se que ele “representa” a nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações do povo no governo, mas são ações praticadas em nome de cada cidadão de cada país. Uma situação na qual o povo não tenha qualquer ideia, ou quase ideia alguma, do que esteja sendo dito ou feito em seu nome – sempre dito ou feito atrás de portas fechadas – é inaceitável.
Anonymous e WikiLeaks são entidades distintas. WikiLeaks não solicita nem recebe ajuda dos Anonymous. Mas Anonymous e WikiLeaks partilham uma mesma qualidade: não ameaçam nenhuma entidade ou organização – a menos que a entidade ou organização esteja fazendo algo errado e tentando escapar sem ser vista.
Não ameaçamos o modo de vida de ninguém. Não queremos dar ordens a ninguém. Não queremos assustar nação alguma.
Queremos exclusivamente esvaziar o poder de interesses escusos e devolver o poder ao povo – porque, numa democracia, o povo é que deve ser sempre levado em conta, em primeiro lugar.
O governo faz as leis. O poder de fazer as leis não dá a nenhum governo o poder de atropelar a lei. Se o que algum governo faz é feito às escondidas ou é sabidamente ilegal, nada jamais haverá de “embaraçoso” nas revelações de Wikileaks, nem nenhum escândalo advirá de as pessoas saberem exatamente o que HBGary é ou faz. Escândalos que tenham sido descobertos não são resultado da ação de Anonymous ou de Wikileaks: são resultado do CONTEÚDO das revelações. A responsabilidade por aquele conteúdo é integralmente dos políticos que, como todos os corruptos, pessoas ou entidades, acreditam, simploriamente, que estejam acima da lei e que ‘não podem’ ser apanhados.
Grande parte do que disseram empresas e governos tratou de “como faremos para evitar futuros vazamentos”. As soluções consideraram mais segurança, maior controle na liberação de autorizações de acesso a documentos secretos, penas mais duras para ‘vazadores’ e, até, censura à imprensa.
Nossa mensagem é simples: Basta não mentir ao povo, e nunca terão de preocupar-se por suas mentiras serem divulgadas. Não corrompam, não se corrompam e não facilitem a corrupção, e nunca terão de preocupar-se por a corrupção vir à luz. Não ignorem a lei, e nunca terão de preocupar-se com problemas que só perseguem quem ignora a lei.
Quem tenha duas caras, em nada melhora se cobrir uma delas. Melhor solução é ter sempre uma e a mesma cara – e que seja cara honesta, aberta e democrática.
Vocês sabem que não nos temem por sermos alguma ameaça à sociedade. Vocês nos temem porque somos ameaça à hierarquia estabelecida. Anonymous já provou, ao longo dos anos, que nenhuma hierarquia é necessária para que haja grande progresso. O mais provável é que o que vocês mais temem em nós seja a descoberta e a revelação da irrelevância de vocês, num tempo que já superou a necessidade de confiar em vocês. O que realmente os aterroriza não é um coletivo de ativistas, mas o fato de que vocês e tudo que representam, porque a maré mudou e a tecnologia avançou e caiu em mãos democráticas, já não passam de controles inúteis e ineficazes.
Para terminar, não cometam o erro de desafiar os Anonymous.
Não cometam o erro de pensar que podem degolar uma serpente sem cabeça. Se cortarem uma cabeça da Hydra, dez outras cabeças surgirão para substituí-la. Se cortarem um Anon, dez mais se reunirão a nós, em revolta contra seu ato de traição à democracia e de quebra de confiança.
A única forma de derrotar o movimento que nos une é aceitar as nossas regras.
Esse mundo já não pertence a vocês. Pertence a nós – é o nosso mundo, o mundo do povo.
Somos Anonymous. Somos legião. Não perdoamos. Não esquecemos.
Esperem, e verão.
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