sábado, 7 de janeiro de 2023

Como destruir o rentismo que nos aniquila Por Trevor Jackson

Como destruir o rentismo que nos aniquila 

em outras palavras Por Trevor Jackson

Livro disseca atual estágio do capitalismo: os que controlam a economia se entopem de lucros sem nada produzir. Como sua especulação voraz leva a sociedade à beira da autodestruição. Quais os quatro caminhos para enfrentá-los. 

O livro citado é Rentier Capitalism (publicado pela primeira vez no final de 2020), escrito pelo economista político e geógrafo econômico Brett Christophers oferece uma interpretação unificadora de como o rentismo funciona, fornecendo uma análise sintética da economia britânica contemporânea como estudo de caso.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Não temos o direito de ir à praia diz Priscila Pedrosa Prisco

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NA semana passada, a redação do Justificando recebeu a mestranda na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ Priscila Pedrosa Prisco. A ativista do círculo de cidadania criticou a política de violência do Estado carioca, a comoção seletiva da classe média, entre outros temas ligados ao momento.
Priscila chamou atenção, em primeiro lugar, ao alarde que se tem feito sobre os arrastões. Explicou que os atos infracionais já acontecem há anos, sempre no verão, e para combatê-los são colocadas as polícias nas praias. As novidades, no entanto, são duas: a primeira se refere à antecipação da operação verão nesse ano pelo prefeito Eduardo Paes, enquanto a segunda surgiu da decisão do juiz em acolher o Habeas Corpus impetrado pela Defensoria Pública. A lei, o básico, tem sido interpretada, pelo senso comum, pela imprensa, como um fator impeditivo da polícia trabalhar. Como se a polícia só pudesse trabalhar dessa forma, criticou.
Para a pesquisadora, a adoção da violência policial como política pública acaba por estigmatizar e criminalizar determinados grupos - negros, periféricos, e pobres -, gerando ainda mais violência no cotidiano. Desde que nascem, as crianças das favelas são submetidas à violência. Passam a vida inteira sendo humilhadas, tomando tapas na cara, vendo suas mães apanharem, os amigos morrerem, são torturadas. E você acha que isso não vai ter nenhum reflexo em sua formação como pessoa?, perguntou Priscila.

Espiral de violência

Prisco afirma que todas essas violências, somadas à política policial de barrar e levar para inquérito jovens a caminho dos bairros da zona sul, são nada mais que segregações, políticas de prevenção puramente genéticas, muito próximas das políticas nazistas, absolutamente desconectadas dos efeitos que podem causar no cotidiano. É uma espiral de violência, explica.
"É muito comum você ver os cariocas da zona sul, a classe média se queixando - ah, mas aí nós não temos direito de ir à praia, nós não temos liberdade de ir. Eu creio que não, não temos liberdade de ir e vir, não temos liberdade de ir à praia ali feliz e contente, enquanto uma guerra se instaura na nossa cidade sem que nós, que vivemos na bolha, na zona sul, no cercadinho, não tomemos consciência da situação que acontece nas áreas mais pobres da cidade" - afirmou.
Para ela, essa ausência do "direito de ir à praia" decorre diretamente da falta de importância e relevância que é dada à cotidiana violência sofrida moradores das favelas e outras comunidades menos favorecidas economicamente. Não é possível que uma política pública imponha um nível de violência desse tipo, como impõe nas favelas, nas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), um nível de violência policial altíssimo, sem que isso vá repercutir nos grupos privilegiados.
"Então quanto mais se pedir o Estado, a violência de Estado, quanto mais se pedir a morte das pessoas na zona norte, nas favelas, mais a gente vai ficar preso. Não é possível você viver numa cidade segregada dessa forma e achar que você não tem nenhuma responsabilidade e que isso nunca vai repercutir na sua vida de rei, né, de príncipe" - finalizou.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ivana Bentes domingo Rio de Janeiro setembro de 2015


Estranhos no Paraíso! Beirou o insuportável o clima de conflito e agressão à juventude negra nas praias do Rio neste domingo de sol. Começa nos ônibus com policiais dentro, revistando, buscando, afrontando, reprimindo. Os meninos reagem, são pura potência e energia, não aceitam mais o racismo da polícia e de alguns moradores e comerciantes da Zona Sul.
Se tem roubos pontuais, a maior parte das olas juvenis são um fenômeno coletivo das galeras que se juntam, se autoprotegem e "tocam o terror" com uma violência simbólica (e também de fato) que responde a uma violência real, continuada, programática!
A policia mata nas favelas, achaca e prende preferencialmente os meninos negros. Os garotos na Vieira Souto se impõem em grupos, zoam, cantam alto, assustam com sua sociabilidade de tribos juvenis. Clima de tensão, stress, correria em Ipanema. Grupos entrando amedrontados nos restaurantes porque um policial atira pra cima para dispersar os garotos negros que andam juntos.
Um bunker de carros de polícia e carros de reportagens das principais TVs concentrados no Arpoador esperam a próxima correria. Um circo midiático em torno de um moleque negro perseguido na areia. Oito jovens negros dentro de camburões! Mães, namoradas, irmãs, amigos explicando a policias que "ele não é ladrão", mais as operações são pela cor da pele, alguns meninos são levados no bolo, ou por que reagem a truculência e suspeição contra pobres!
Em todos os pontos de ônibus policiais aos montes olhando para cada menino, mulher, criança negra como suspeitos! Moradores e porteiros dos prédios chiques nas portarias comentando a violência, e alertando seus iguais (os brancos) que passam pra tomar cuidado!
Os garotos e os grupos nos pontos de ônibus estão revoltados: "se me tocarem, se jogarem gás de pimenta dentro do ônibus, vamos dar porrada!". "Não adianta prender, a Dilma vai mandar soltar", diz uma homem branco pronto para um linchamento na rua! Racismo, rejeição, ódio de classe, entre os grupos. Querem expulsar a juventude negra do paraíso!
"Somos todos iguais na praia", nunca fomos! Só que agora tem uma garotada que não aceita, não vai aceitar o apartheid "cordial" das areias cariocas!
Podem chamar de arrastão ou do que for, podem criminalizar, pode colocar no Jornal Nacional e no Fantástico, enquanto não tiver um arrastão pra mudar essa mentalidade racista os meninos vão responder com o que tem: seus corpos e sua potência!
P.S 1. O que está por trás desse clima de apocalipse que culpabiliza e criminaliza os jovens negros é também uma reação para reverter a decisão do juiz Pedro Henriques Alves, do Rio, de acabar com prisões por suspeição dos jovens nos ônibus: "A iniciativa surgiu após dezenas de jovens terem sido apreendidos nos últimos meses a caminho das praias da Zona Sul, sem que estivessem praticando atos infracionais." http://www.tjrj.jus.br/.../home/-/noticias/visualizar/22921
P.S 2 Moradores de Copacabana cercam e agridem ônibus com jovens que voltam da praia:
— "Abre a porta, abre a porta, motorista! Só tem ladrão. Vamos dar porrada. Fotografa eles, só tem ladrão — dizia um deles, enquanto espancava um adolescente, chutado várias vezes. "

Anarcomiguxos III Lula e Friedman

















"Aaaiin, o governo Lula mudou a cara do Brasilll!"
Fez reforma política? Não.
Fez reforma tributária? Não.
Fez reforma agrária? Não.
Fez reformas urbanas? Não, pelo contrário, deixou as empreiteiras fazerem a festa.
Fez reformas neoliberais? Sim! E continua até hoje com sua sucessora.
Mudou a cara do Brasil em que sentido?
Fez o Bolsa Família e o Prouni?
Porra, isso é coisa do Friedman.
Ele que dizia "o Estado até pode dar subsídios à educação, mas o dinheiro que cada família recebe para colocar o filho na escola deve ir para o ensino privado, o Estado não deve manter escolas publicas."
Prouni é isso aí.
E Bolsa Família funciona como o imposto negativo, outra ideia do Friedman.
Até o mimimises . org elogia o Bolsa Família! Se isso é a "social democracia" do Lula como diz o Emir Sader, nem quero imaginar quando essa porra virar liberal mesmo.
Afinal, que porra de mudança o governo do PT fez neste país?

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

É a Globo que dá ao Brasil uma nota de mau pagador por J. Carlos de Assis*

É a Globo que dá ao Brasil uma nota de mau pagador
São os jornalistas da Globo, como Bonner, que dizem que a nota é um 'atestado de mau pagador'. Isso é mentira e esconde inúmeros interesses.
J. Carlos de Assis*
Entre todas as patifarias ideológicas vomitadas pela Velha Mídia, sobretudo pela TV Globo, relativamente às decisões das chamadas agências de risco, a mais sórdida é a que define a nota emitida por elas como um atestado de bom ou mau pagador. Ora, como se pode dar atestado de mau pagador antes que se saiba que a empresa ou país pagaram suas obrigações? Seria um atestado de não pagamento futuro? Se é assim, é melhor para o país que não pague agora; assim, ficará com algum dinheiro em caixa para eventualidades!
É claro que isso tudo é um absoluto nonsense. Não há a mais remota possibilidade de o Brasil suspender o pagamento de suas dívidas em função do que dizem as agências de risco. Temos reservas internacionais de quase 400 bilhões de dólares. É verdade que, sobretudo por erros acumulados na política cambial do passado, e sobretudo por causa da estúpida taxa de juros, temos também muitas dívidas externas de curto prazo. Contudo, o balanço nos é ainda favorável. E não precisamos, para isso, de nota de bom pagador de agências de risco.
O fato extraordinário de que não é a agência, em si, que usa essa terminologia – ela libera apenas uma nota -, mas a forma como a TV Globo, por sua conta e risco, “explica” a nota. São os jornalistas da Globo, como Bonner, que dizem que a nota é um “atestado de mau pagador”. Como consequência, caindo a nota, perdemos o status de bom pagador mesmo que nada nos tenha sido cobrado e a economia funcione como antes.
A embromação não para aí. A nota das agências é um expediente tremendamente arbitrário. Se tivesse um mínimo de cientificidade não teria havido o desastre de 2008, no qual todas as agências de risco – rigorosamente, todas – haviam dado nota de “bom pagador” AAA a empresas, bancos e títulos que, por suas fraudes, quase destruíram o sistema financeiro mundial. Sob aperto do Congresso para explicar o que, afinal, havia acontecido, todas combinaram a mesma resposta: O que fizemos foi dar nossa opinião, mais nada.
Então qual é a razão para a Grade Imprensa dar tanta atenção às agências? Simplesmente porque elas funcionam como a vanguarda dos interesses financeiros, e são os interesses financeiros que dão suporte à Velha Imprensa. No caso atual, a agência está dando um sinal para que o Governo brasileiro mantenha taxas de juros básicas extorsivas e estrangule o orçamento público para tapar o déficit primário, irrisório em relação ao orçamento como um todo, o qual, caso mantido, não traria qualquer consequência negativa para a economia real.
*Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor do recém-lançado “Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo”, ed. Textonovo, SP. Pode ser adquirido pela Interne